Gosto...
'Na Varanda...O Varal'
... Sou um processo verbal ainda não finalizado!
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Gosto. {part.2}
Gosto...
Gosto. {part.1}
Gosto de observar a lua, mesmo quando ela está magrinha. Gosto de cheirar a rolha da garrafa de vinho, assim que o abro. Gosto de acordar mais cedo e ficar olhando a outra pessoa dormindo. Gosto de tentar cantar alguma coisa embaixo do chuveiro, e perceber que entra mais água na minha boca, do que sai alguma palavra. Gosto muito de ouvir a gargalhada de crianças. Gosto de ouvir a barriga dos outros. Gosto de não ter que avisar sobre o que vou fazer. Gosto de caldo de cana com rolinho primavera, da feirinha de Boa Viagem. Gosto de ir ao cinema só. Gosto de ir ao shopping, sozinha, comprar ovomaltine e ficar um tempo no Pet Shop, olhando os animais. Gosto do sorriso da minha mãe e da cor do cabelo dela, consigo passar um bom tempo observando. Gosto de aos domingos, dividir uma garrafa de vinho barato com minha vó, durante o almoço.
Gosto de pessoas românticas. Gosto de assistir seriados comendo. Gosto do silêncio. Gosto de pessoas que saibam silenciar comigo. Gosto de tomar banho de chuva. Gosto do cheiro de bêbê. Gosto de mulheres. Gosto de pessoas que tenham paciência comigo. Gosto de ler. Gosto de grifar as coisas que acho interessante, quando estou lendo. Gosto de café. Gosto de trocar olhares. Gosto de andar. Gosto de andar ouvindo algo que gosto. Gosto de coisas/pessoas simples. Gosto de ficar enfiando os dedos dos pés na areia da praia. Gosto do cheiro do mar. Gosto de ficar diante dele e perceber o quanto sou pequena. Gosto de dormir nua. Gosto da verdade. Gosto de terminar bem tudo que começo. Gosto de sexo oral. Gosto de rir sozinha e de coisas lesas. Gosto de mãos.
Gosto de viajar. Gosto de prato feito. Gosto de pegar no sono ouvindo meus amigos conversando. Gosto...
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Volta, ' AR ' !
Quando menos esperar
Voltarei, sou de voltar
Assim quando tu menos esperar
Também sou de beijar, quando voltar
Vou te colocar lá no alto'AR da minha casa, abraçar
Fazer um drama, dizer que te amo
Só quando voltar
Vou poder gozar.
...
Pequeno léxico de palavras incompreendidas
Cansada das mesmas árvores, pessoas, ônibus. Tenho a sensação de que estou o tempo todo respirando o mesmo oxigênio, ele está sendo reciclado nessa enorme bolha de agonia que tenho vivido. Uma contravenção enorme, o sorriso que estampo junto com o olhar calmo que lanço, vem da mesma matéria que tem uma alma implorando para sair, é como se não estivesse cabendo mais em mim. Está na hora de sair dessa matéria, hora de mudar o casco, tirar a pele. Medo de descobrir que fora dessa pele, estando toda para fora, ainda exista o vazio. No fundo esse vazio me fascina. Encanta. Seduz. E saindo, estando para fora, em carne e viva, em vida, em mim, encontre um todo, ou tudo que procuro, ou o nada que de fato eu queira. Falar dos quereres quando não quero, isso também é agonia.
sábado, 19 de junho de 2010
Quase Toda
‘ A chuva de Verdades que lavou a alma da menina que cansou de mentiras. ‘
Então sai da casa dela estava chovendo levemente.
Defini aquele aviso de temporal como gotas serenas de vida
Fiquei
Ônibus finalmente surgiu ao longe.
Pedi parada, subi, sentei.
No exato momento que havia sentado estava tocando RadioHead no Mp3.
Descobri que não é muito legal ouvir RadioHead chovendo e ainda mais quando você acaba de decepcionar-se.
Contudo, foi interessante a sensação de verdade.
A viagem continuou, sabia que ao descer iria ter algumas opções para não chegar à casa molhada.
-Podia ligar pra minha mãe do ônibus e ela iria esperar na parada com o guarda-chuva.
-Ficar esperando na parada, pelo menos estiar um pouco.
-Ir pra casa do amigo mais próximo e esperar parar de chover lá.
Optei por sair andando na chuva até em casa.
Desci do ônibus, Mp3 no ouvido ainda [não quis desligar apesar da chuva], pasta na mão direita, bolsa pendurada no ombro esquerdo, óculos tirado e colocado na bolsa.
Foi a melhor sensação da semana, sentir aquelas gotas de verdade rasgarem velozmente o ar e pararem em mim.
Divino, me senti quando criança, literalmente.
Fui pelo caminho mais longo, não queria chegar a casa. Desejava, clamava mais chuva, nos ouvidos estava John Lennon - Stand By Me [The Beatles].
Quando acabou a música fiz questão de parar na chuva tirar o Mp3 do bolso e colocá-la novamente. Fiz isso umas quatro vezes, dando volta no quarteirão.
Não havia nenhum indivíduo na rua. As pessoas sumiram.
Já estava completamente molhada quando resolvi tirar as sandálias e andar descalça pela rua. Nossa como foi nostálgica sentir o asfalto daquelas ruas. Quanto tempo não andava descalça pelas ruas que me cercam.
Com sandálias nas mãos, completamente molhada, bolsa encharcada, pasta agora embaixo do braço, olhei para cima.
Tentei capturar cada gota com meus olhos.
Queria tanto voltar a ser criança.
Continuei andando, tomei o rumo da minha casa.
Fiz questão de ficar ainda alguns segundos no portão, só sentindo a chuva.
Entrei e fui direto pra de baixo do chuveiro, tentar continuar sentido o que estava há pouco segundos.
Não foi a mesma coisa, nem chegou perto.
Decepcionada, terminei o banho e sentei pra relatar tudo mais ou menos como foi.