sábado, 19 de junho de 2010

Quase Toda


Dedos quietos sobre o caderno surrado e velho.
Corpo cansado e deitado.
Olhos perdidos, molhados, desgastados.
Coloca a vida nesse quarto, fala que não tem tudo.
Mas, que nada.
Amanhã é dia de passear com a vida, lembrar das tantas e brandas partidas.
Não adianta dar voltas no ego.
Preciso beber teu veneno, sentir teu gosto, colocar meus dedos em tantos macios e quentes momentos.
Ontem passei naquele bar que você sempre vai, senti teu cheiro e podia jurar ter te visto.
Perturbada, cheguei perto da entrada, falei com o garçom que é conhecido.
Foi apenas uma ilusão.
Já que estava ali, cheguei tão perto, acabei por entrar.
Como sempre e quase sempre, a doze de uísque, ascendi o cigarro e de forma súplica pedi ao vento um pouco de ti.
Volta logo, fico horas tentando entender porque demoras tanto.
Como uma música FODE um momento.
Parecia brincadeira, ou uma maneira idiota e sem jeito do “por acaso” conversar comigo.
Músicas tão tuas naquela mesa.
Entre os dedos tudo tão quente.
Cigarro chegando ao fim é como paixão quando arde em mim.
Uma analogia tão absurda e tão completa do arder.
Lábios quentes.
Era cigarro, uísque, tu, EU, desejo.
Aquele samba embolava meu querer.
Não sei esperar, confesso.
E de tudo declaro que há aqui a enorme falta de ti.
Então, deixa de bobagem, vem logo Tarcila.
Estou preparando o sorriso que mais gostas.
Colhendo as tuas vontades naquele pé de alegrias que tu ficavas embaixo depois do almoço.
Volta que a mesa ta repleta de sonhos que ficaram pra outra hora.
Ou melhor, nasce.
Faz isso daquele jeito que só tu e apenas tu sabes fazer.
Nasce pra mim Tarcila.
Saudade do cheiro de novo em todo teu ser que embriagava aquelas madrugadas.
Ah, Tarcila nasce com todo esplendor do meu querer.

[ Texto completamente para Tarcila por Tarcila. ]

‘ A chuva de Verdades que lavou a alma da menina que cansou de mentiras. ‘




Então sai da casa dela estava chovendo levemente.
Defini aquele aviso de temporal como gotas serenas de vida
em mim.
Fiquei
na parada de ônibus por no máximo 15 minutos.
Ônibus finalmente surgiu ao longe.
Pedi parada, subi, sentei.
No exato momento que havia sentado estava tocando RadioHead no Mp3.
Descobri que não é muito legal ouvir RadioHead chovendo e ainda mais quando você acaba de decepcionar-se.
Contudo, foi interessante a sensação de verdade.
A viagem continuou, sabia que ao descer iria ter algumas opções para não chegar à casa molhada.
-Podia ligar pra minha mãe do ônibus e ela iria esperar na parada com o guarda-chuva.
-Ficar esperando na parada, pelo menos estiar um pouco.
-Ir pra casa do amigo mais próximo e esperar parar de chover lá.
Optei por sair andando na chuva até em casa.
Desci do ônibus, Mp3 no ouvido ainda [não quis desligar apesar da chuva], pasta na mão direita, bolsa pendurada no ombro esquerdo, óculos tirado e colocado na bolsa.
Foi a melhor sensação da semana, sentir aquelas gotas de verdade rasgarem velozmente o ar e pararem em mim.
Divino, me senti quando criança, literalmente.
Fui pelo caminho mais longo, não queria chegar a casa. Desejava, clamava mais chuva, nos ouvidos estava John Lennon - Stand By Me [The Beatles].
Quando acabou a música fiz questão de parar na chuva tirar o Mp3 do bolso e colocá-la novamente. Fiz isso umas quatro vezes, dando volta no quarteirão.
Não havia nenhum indivíduo na rua. As pessoas sumiram.
Já estava completamente molhada quando resolvi tirar as sandálias e andar descalça pela rua. Nossa como foi nostálgica sentir o asfalto daquelas ruas. Quanto tempo não andava descalça pelas ruas que me cercam.
Com sandálias nas mãos, completamente molhada, bolsa encharcada, pasta agora embaixo do braço, olhei para cima.
Tentei capturar cada gota com meus olhos.
Queria tanto voltar a ser criança.
Continuei andando, tomei o rumo da minha casa.
Fiz questão de ficar ainda alguns segundos no portão, só sentindo a chuva.
Entrei e fui direto pra de baixo do chuveiro, tentar continuar sentido o que estava há pouco segundos.
Não foi a mesma coisa, nem chegou perto.
Decepcionada, terminei o banho e sentei pra relatar tudo mais ou menos como foi.

Arquivo'Morto {3}

Penso como é saborosa a sensação de te ter demasiadamente em meus braços e sentir como nossa atmosfera reflete propositalmente o que sentimos no instante que estamos tão profundamente interligadas como agora.
Consigo capturar os teus olhos fantasticamente envolventes e misteriosos.
Uma força comanda esse desejo por teu tudo.
Não sou de tudo carinho, mas sou de todo sentimento e verdade.

Por vezes não consigo demonstrar o quanto te amo.
Prefiro a língua dos olhos e das palavras.
Sou melhor assim.
As vozes ecoam em meu ser uma única palavra, felicidade.
Não há sentimos o tempo todo, até por que acredito em instantes felizes.
Mas, cada instante penso em você, posso dizer que sou feliz então.
Passar o dia contigo é tão sublime que à medida que vai anoitecendo fico triste.
Qualquer demonstração de cuidado não correspondida me perdoa.
Minha natureza é romântica, mas não consigo colocar facilmente pra fora.
Algumas vezes fico te olhando e conversando contigo com meus olhos.
Através deles digo o quanto é grandioso o que sinto.

As palavras, elas ajudam a colocar tudo em folhas brancas no nosso caso.
Hoje o dia é de sol e estamos separadas, mas saiba que nem por um segundo deixei de pensar em nós duas.
Quando amanhece penso em você, quando anoitece estou pensando em você.
Tua boca é minha meta.

Fazer-te feliz é minha busca.
Ainda vamos nos juntar num só ser e ai então nesse dia vou poder dizer:
Je vais dans la vie avec vous.
Je t'aime pour toujours
Je suis à toi pour la vie.

[ "Quero passar a vida com você.
Pra sempre te amar.
Sou tua por toda vida." ~ parte em francês ~ " ]

Era.


Tudo atado.
Percebo que não sei de nada.
Entendo que cobranças são realmente desagradáveis.
Que sinceridade por vezes dói e te faz olhar a verdade de frente.
Alguma Verdade crua é como ferida em carne viva.
Evito pensar em muita coisa e seguro as lágrimas.
Quero muito.
Sou totalmente amor.
Mas, sendo assim, o que tenho tido em troca?
Um pouco de entrega?!
Olha pra mim, agora diz se os meus olhos parecem dois rios que jorram dor.
Observa como escorre da minha boca a necessidade de dizer o quanto sou tua.
Ouve as batidas do meu coração e sente como ele vibra todo teu ser.
Seria um dia de comemorações.
Agora com um leve sorriso ao escrever deixei cair à lágrima que segurei durante esse intervalo.
Ela escorre quente e para na minha boca.
Salgada e CALADA.
Por que amar um ser tem sido tão difícil?
Os meus dedos parecem ter vida própria no teclado.
Saem buscando as letras e facilmente expressão tudo que passa dentro do meu ser.
O medo é um companheiro que tem sentado e tomado algumas cervejas comigo.
Tudo bem.
Que o futuro seja um gole de vida com gosto da bebida que tu mais aprecies.

Foi


Abraça tudo que sou
Diz que estamos vivendo o amor
Quase amanhece e ainda sinto teu cheiro
O sol nascendo com seu esplendor
Não chega perto da lindeza que são teus olhos abertos
Chega mais perto, segura minha mão.
Agora começa a sorrir que só assim tudo vai BRILHAR para mim.

O vento 'Lá' Vou


Que devolva as flores já vistas.
Que viva o amor agora novo.
Que nossas bocas sejam apenas uma.
Que o amanhã com certeza é brincadeira.
Que os abraços mais apertados.
Que nossos olhares se cruzem mais.
Que a cerveja sempre esteja gelada.
Que meu dia pra você seja bom dia.
Que minhas vontades realizem.
Que as artes mais aconteçam.
Que possamos gozar mais.
Que você me ame crescentemente.
Que o vento sempre traga teu perfume.
Que teu lençol meu cheiro tenha.
Que nossas incertezas queimem feito lenha.
Que tudo negativo passe sem vestígios.
Que eu pra você enlouqueça.
Que você pra mim estremeça.
Que meus Q’s pra você mostre o quanto acredito nos nosso amanhã.
Que tudo seja mais ou menos nada perto do que estou a sentir.
Que meus EU’s seja cada vez mais TEU.

Arquivo'Morto {2}

E foi assim.
No final nos beijamos.
Isso foi apenas o começo.
Tanto sentir, tanto querer.
As horas passam como vento.
Agora ficar longe de você é simplesmente e facilmente um tormento.
Vamos jantar Rolinho Primavera e Caldo de Cana com Limão?!
Vem cá, segura minha mão.
Faz um cafuné e desse jeitinho todo meigo, deixa ser tua mulher.
Olha como a lua está linda hoje.
Agora ando em tua direção com um sorriso de canto a canto.
Canto pra você e me encanta todo teu ser.
Não tem por que chorar, felicidade agora é nosso Dilema.
O estado de espírito que estou
É
Je t'aime,
Mon
Amour!

Tempo

Hoje mais uma vez acordo pensando em escrever um livro.
Lembrei da época em que estávamos mais um verão em Porto de Galinha, eu e mais alguns amigos. Entre eles havia Nair, uma amiga que tenho saudade quando lembro.
Ela estava a escrever um livro e já tinha várias páginas.
Então antes de dormir eu pedia pra ela ficar lendo, e ela lia tão deliciosamente aquelas linhas.
Hoje, recordando aqueles momentos sinto um aperto no peito.
Como o tempo não dá tempo pra nossas vontades.
E é tortuoso quando temos vontade e dizemos que não temos mais tempo.
Então, sinto uma limitação.
De fato, tudo tem um tempo, ou o tempo é apenas um abismo, no qual vamos aproximando?!
E vivemos correndo pra que dê tempo de fazer tudo.
Durmo pouco por que acho uma perda de tempo.
Faço as coisas ao meu tempo.
Mesmo com toda pressa, consigo chegar atrasada em todos os lugares.
Perco tempo pensando no tempo, confesso.
Mas, naquele exato momento que penso no tempo, o tempo vai comendo aquele momento, e fico assustada, como é devorado todo aquele meu tempo por ele mesmo.
Tudo que faço com o tempo que aproveito, ainda pára pra pensar: ‘ se tivesse mais tempo, o que faria’?!
Agora estou no tempo de amar, peço mais tempo ao tempo pra amar.
Quero passar mais tempo assim, nesse estado de graça.
Tempo pra sentir mais, conhecer mais, desejar mais.
Que todos saibamos aproveitar o tempo e não deixe que o tempo tire proveito.

Arquivo'Morto

Bem era um daqueles dias que acordo com uma enorme e deliciosa vontade de viver.
Fiz tudo que faço quase sempre durante o dia.
Resolvi sair e no ônibus com o mp3 no ouvido vários pensamentos te invade e você literalmente perde a noção de espaço, tempo e tudo.
Quando olho pra parada de ônibus vejo um senhor de idade sentado igualzinho ao um amigo meu [só que como disse: bem mais velho], então comecei a imaginar como seria louco e estranho encontrar em determinadas ocasiões e lugares os meus amigos com certa idade, como reagiria ao vê-los.
Fiquei inquieta com a possibilidade de ser corroída pelo tempo e apagada minha juventude aparente em todos os sentidos.
Tenho sim medo de envelhecer e aquele acontecido fez com que eu percebesse o quão é grande isso.
Passado isso, voltei pra casa, mas intrigada e com meus neurônios assando.
Hoje um dia de domingo comum, fui à feirinha de Boa Viagem.
Como ‘Ela’ [vai saber quando ler] estava demorando a chegar e estava chovendo, fiquei abrigada num posto de informações que tem lá, virada para o semáforo.
Com o mp3 e o cigarro entre os dedos observando o tempo.
Então minha atenção ficou voltada para a luz do poste que mostrava claramente o ballet magnífico da chuva que era levada pelo vento.
Foi uma das coisas mais lindas que já vi.
Tudo bem que a música ajudou nesse meu transe, mas fiquei emocionada observando como o vento dançava com a chuva, um par sem dúvida maravilhoso.
Parou de chover por alguns minutos e aproveitei pra ir até a praia.
Lá encontrei assim que chego e olho pro céu a lua tentando aparecer em meio a tantas nuvens. Eu como admiradora ficava torcendo pra que ela conseguisse aparecer e ficar por muito tempo amostra, isso não aconteceu.
Então voltei e fiquei andando e observando tudo mais uma vez.
‘Ela’ [sabe fácil] chegou.
Pensava que por hoje não iria ver nada mais lindo do que já havia visto.
Como um passe de mágica ‘Ela’ consegue ser mais lindo que tudo aquilo já admirado por mim.
Realmente quando amamos tudo fica mais lindo.
E além do TUDO, ‘Ela’ é mais LINDA!
Fica aqui um relato confuso de uma pessoa apaixonada.

[Não quero que entendam, tão pouco que leiam tudo].

‘Vamos sair pra ver o sol’?!

Laço


Olha
Pra
Mim
Faz
De
Conta
Que
As
Flores
Vão
Tocar
Letra
Por
Letra
Desse
Poema
Que
A
Te
Dedico
E
Agradeço
O
Cupido
Quando
Tu fazes
Esse
Bico.
Enfim
Nos
Entre
Laça
Amamos

Passado.

Juro que não queria escrever isso que vou.
Certas coisas precisam e devem ficar apenas dentro de cada um.
São nossos demônios internos, pensamentos e desejos que merecem ser respeitados pra dentro.
Pra começar quero que me perdoe por ser tão humana assim.
Faz parte, minha natureza é desejar, e é o que tenho feito quando penso em você.
Chegamos a um patamar onde existe de fato aquela necessidade esplendorosa de manter nossos corpos juntos.
Mas, a mesma mola propulsora desses pensamentos é responsável por toda carne aguçar.
Algumas horas ouvindo tua voz.
Então a cena ficou pronta:


-Vem pro lado de cá!
-Não posso, existe tudo em questão.
-Então deixa ao menos te tocar me beija e com toda certeza vais querer ficar.
-Você é tão convencida. [sorriso]
-Não ficou óbvia a minha intensa e enorme vontade de te ter apenas pra mim?!
Vai entra no quarto, deita aqui junto a mim.
-Estou com medo.
-Sei o quanto você quer ficar quieta, abraçada comigo, então não nega isso pra você mesma. Encosta tua cabeça aqui no meu peito que vou te fazer um cafuné enquanto conversamos.
-Parece tudo tão fácil pra você, mas estou confusa.
-A dificuldade é posta pela sociedade que te cerca. Pensa como uma menininha vai ver como tudo realmente é fácil.
-Preciso ser responsável. Gosto de outra pessoa.
-Então o que fazes sem roupa na minha frente se gosta de outra pessoa?
-
Mas é de você que preciso.

De'compartilhar.


'Resolvemos sair, decidimos que iríamos apenas comprar nossas entradas para o concerto do dia seguinte, acabamos deliciosamente indo ao Recife Antigo.
Sentamos, pedimos a cerveja mais gelada do freezer, ascendi o cigarro.
Ela foi colocar algumas músicas, então fiquei observando o lugar.
Alguns garçons, apenas duas mesas ocupadas, chovia e a noite estava realmente fria e aconchegante.
Ela colocou ‘Adriana Calcanhoto’, senti que começávamos bem nossa agradabilíssima noite.
Tantos assuntos.
Rimos como não fazíamos havia algum tempo.
Descobrimos que nos somamos.
Falamos da solidão, do medo que temos de acabarmos sós, de como o ser humano possui uma necessidade enorme de ter alguém ao lado.
Não sabemos ou é um pouco doloroso tentar levar uma vida tranqüila, centrada e aprender a viver com várias e nenhuma companhia.
Precisamos trabalhar essa questão.
Por mais que seja interessante, maravilhoso, necessário para muitos viver em pares, é excelente conhecer o que te move o que enlouquece toda a estrutura corpórea.
Estou nesse período.
O fim é verdadeiramente um começo.
Toca Caetano agora!
Estamos nos maravilhando com a letra.
Conceitos do que é certo e errado invade nesse momento.
Do que é mentira e verdade e se de fato interligam-se?!
Tudo, silêncio.
Ela calada com seus pensamentos e eu na mesma. Mas até assim parece que estamos conversando.
Quero alguém que entenda tudo que passa em mim, é pedir demais eu sei, mas não custa idealizar a pessoa perfeita.
É o que move.
Nessa linha de pensamentos fiquei por alguns minutos.
Depois me veio tudo que ainda quero construir com alguém.
Vontade absurda de fazer feliz, amar demasiadamente, sentir o calor do corpo, abraçar e ali ficar.
AH, como é divino o pulsar do coração quando ama.
Por mais que ache necessário o momento só.
Quero viver o momento nós.
Sentir o cheiro, então me perde nos cabelos, tocar a boca, escrever e dedicar, acordar e sonhar.
Olhar e sentir o mundo em mim. '

Distante.

Estou deitada e enquanto descanso o corpo muitas coisas passam pela minha cabeça. [celular vibrando], só mais uma mensagem que não interessa no momento [a pessoa que mandou se chegar a ler esse texto perdoe o descaso].
Acontece que não tem acontecido algo que estremeça meu coração.
Depois daquele longo período de constante dedicação, agora estou de férias.
Ando viajando demais.
Falta conhecer tantos lugares do meu EU ainda.
Tudo quieto, mas vez em quando encontro algumas pedras, nada que não saiba lidar.
Não tenho conseguido dizer claramente que não vai acontecer nada mais do que uma conversa.
Talvez por que acho mulher um ser fascinante em todos os sentidos.
Mesmo que o período seja impróprio não deixei escapar todo movimento dela.
Articulações delicadas, misteriosa por completo.
Até quando leva o copo à boca não desvia o interesse.
Conversamos apenas nós duas, chegando mais perto sinto o delicado perfume, pura sedução.
Agora meu foco é tentar pegar no ar cada sílaba que sai da sua boca.
Aproximamos-nos ainda mais. Agora sua respiração invade todo meu ser.
Ascendo um cigarro e isso é uma ótima desculpa pra tentar afastar-me.
Frustrante.
Ela pede um trago e a mesma distância.
Não sei o que foi mais difícil: passar o cigarro sem tremer, ou ficar mais uma vez tão perto.
Todos parecem ter sumido do ambiente. Agora são apenas vultos loucos que percebo vez ou outra.
Ela sorriu bem empolgada.
AH, tudo vale a pena agora.
Sinto um alívio.
Estamos cada vez mais confortáveis.
Pergunto se ela não gostaria de sentar-se e recebo a resposta mais convidativa da semana:
-“Se sentadas eu tenha certeza que vamos continuar nos encontrando, talvez sentemos!”.
Fiquei em silêncio.
Permanecemos em pé.
A doze acabou e fiquei girando duas pedras de gelo que restaram no copo.
Decido pedir mais uma.
Ela ascende um cigarro agora.
Dançando suavemente na minha frente no ritmo da música do ambiente.
Parecia que não estava ali.
Tudo proposital, mas acho linda a meiguice.
Nenhuma tentativa de beijo e isso me cativa.
Olhares dispersos.
Recebo a outra doze e não consigo disfarçar.
Olho com veracidade. Estou hipnotizada por alguns segundos.
O sorriso amarelo de vergonha surge nas duas.
Quase corpo a corpo.
Risada larga, solta, farta.
Minutos divinos.
Olhamos-nos e o silêncio bastou. Agora somos uma. Fiz amor sem tocá-la.
Agora ela pede um beijo pra selar o momento.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Voyage.

Tenho conhecido alguns sentimentos até então estranhos. Talvez seja apenas o medo do novo. Sei que no fundo estou estável e meu rio corre lento e tranqüilo.
Algumas vezes posso sentir e ver destroços da tempestade passar com a cuidadosa correnteza.
Sensível ao pensar de cada instante.
Informações de um passado recente insistem em tocar meu tudo interno.
Aprendendo a lidar com o que sacode a carne e espreme a alma.
Estou perto da janela observando o céu e nele a lua tímida com seus mistérios, brilha e conversa com meus poros.
Escrevo com sorriso leve e caprichoso. Mato um leão por hora no EU que acredito ser lindo.
Agradeço ao destino por tudo que tem acontecido. Foi rápido e necessário.
Compreendo toda situação a cada instante que já é o próximo.
Ouço o canto dos mudos pensamentos.
Por esses dias sentei na praça do derby e ali fiquei observando a caminhada de muitos.
Quando o vento batia podia sentir o cheiro da chuva misturado com o cigarro em mim entranhado.
Olhei tudo com muito cuidado e apreço.
Vou fazer mais vezes isso.
Olhos lacrimejando.
O ar que tomava conta dos meus pulmões poluídos com nicotina e outros.

Pacientemente preenchidos com um AR mais que leve, puro, limpo, frio. Agora tragava VIDA.
Tenho sido tantas e nenhuma.
Quando começou a chuviscar, levantei meu corpo e andei em direção ao NOVO.
Vontade única de ficar ali, lavar a alma com aquela chuva. Não tive coragem.
Então entrei num simples bar que fica perto da praça.
Sozinha com meus pensamentos, uma doze do uísque mais barato, um cigarro e fiquei observando a chuva cair, ouvindo o delicado som do bar.
Marcou o instante por esse trecho:
“Meu coração tropical
Partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos e as rosas
Partindo o ar”.
Então discretamente passei o dedo em algumas lágrimas que caíram impacientes.
Com a cabeça baixa escorada na mão desocupada, senti a doze chegar.
Olhei para o rapaz que a trouxe, agradeci e o presenteei com um leve sorriso.
Tomei o gole mais companheiro dos últimos tempos.
Apaguei o que sobrou do cigarro e fiquei por mais duas dozes e alguns cigarros naquele providencial BAR.

Há fogo em mim

Dias com tudo e ao mesmo tempo nada!
Como o cheiro, toque, olhar de uma pessoa faz tudo ganhar cor.
Tantas outras tantas outros.
Não seja demais, nem de menos, seja suficiente, isso basta!
Como aprender a viver, quando morri?!
Planos, planos.
Promessas, promessas.
Transas.
“Amor”.
...
-Abra os braços, aceita meu abraço, deixa tudo que passou de lado, coloca teu sorriso numa caixa, manda pra mim, dizendo assim: ’Que cada momento que pensares em mim seja contemplado com vários beijos que a ti dedico!
Agora fica tranqüila,foi tudo sonho,acorda e vem pro banho!
Coloca teu melhor perfume, a havaiana mais colorida, a tiara que mais gosto e vamos olhar o mar, que até te ver fumar deixa tudo lindo.

?

...


-Vamos falar de Sexo!
-Então, conta como tem sido no trabalho?
-E o que tem?
-Sei lá, apenas queria mudar de assunto.
-Tudo bem, vamos então falar de sábado, foi forte para mim.
-Ontem encontrei aquela garota simpática na Boa Vista.
-Mudou de assunto mais uma vez.
-Por que tenho que manter tua linha de raciocínio?
-Não sei. Desviar o tempo todo é foda.
-Vou fumar.
-Rola um.


...

Ser.


Mostro ainda meu sorriso com força de um batalhão.
Consigo digerir normalmente tudo que aconteceu.
Dias difíceis.
Ando um pouco amarga demais.
Talvez seja esse bombardeio de tanta coisa e coisa nenhuma.
Cansei dessa vida de querer impressionar as pessoas, faz tempo que sou apenas isso ou tudo isso.
Ando com muito medo.
Também tenho sido demais verdade.
Realmente estou sendo humano ultimamente.
Na realidade o que é realidade?
O que é ser ‘Humano’?!
Não apenas de ‘Humano’ entende?!
Mas, de ‘ser’, o verbo mesmo!
Somos, ou tentamos o tempo todo ser o que?!
Estou numa crise.
Comigo, comigo, comigo.
Cansei dos bares, dos cigarros divididos, das noites em claro.
Vai ver que todos nós passamos por isso.
Descobri que não sou confiável.
De fato, quem é?!
Não estou com vontade de apegar-me as pessoas.
Também não sou tão feliz quanto imaginam.
Felicidade.
Uma goma de mascar, antibióticos, café, livros, canetas, celular, cinzeiro vazio.
Já é noite e ainda estou na mesma cadeira.
Sexta-feira e tudo que mais quero é ficar em meu quarto

Inquieta

Várias pessoas ao redor.
Oportunidade do beijo demorado.
Abraços apertados.
Senti então que estava só.
Queria desesperadamente o cheiro que há dias não sinto, não tenho guardado
em mim.
Aprendo
a te matar devagar por dentro das veias pulsantes e instigantes.
Ontem procurei e não te encontrei.
Percebi o quanto estás dentro.
-Cerveja?!
-Claro, da-me um beijo?!
Ascendo um cigarro então.
Queimando por dentro e por fora, agora sou mais que vida.
Sou o mal do século.
Tristeza inacabada.
Busca apagada.
Desejo assassinado.
Boca ressecada.
Livro desmarcado.
Muro rebocado.
Lágrimas salgadas.
Mãos sem traços.
Sol sem dia.
Poesia sem título.
Samba sem cuíca.
Olhos eternamente fechados.
Língua sem destino.
Sem ti.
Sou tudo que quer dizer nada.

Vontade.


Toda situação transcende a vontade de querer tudo que já não faz sentido.
Fazer sentido até o exato momento de analisarmos racionalmente o que estamos passando. (Ambigüidade)
Vamos observar que ser racional não passa de uma desesperada maneira de contornarmos as nossas vontades.
Quem disse que sentimentalismo é sinônimo de fraqueza?
Com todas as vírgulas, acento, exclamações, interrogações tenho total certeza que somos feitos de curvas, lombadas, abismos, túneis e bifurcações extremas!
Desesperadamente necessito de Nicotina.
Agora sou tudo/nada/soma/divisão/multiplicação!
Tudo para ti!
Nada vai destruir nosso momento!
Divisão dos nossos problemas!
Multiplicação dos beijos que a ti dedico!

Adaptando-me

Não sei por que lembrar de ti causa tanta melancolia.
Sei que nunca estaremos no infinito juntas, sei também que a noite deixa tudo tão mais claro.
Fomos juntas ver o pôr do sol, mas o sol chegou atrasado.
Então nossos olhos cruzaram-se.
Como pode haver tanta ingenuidade?!
Nunca vamos conseguir dizer o que vem e fica na garganta.
...
Voltei, estava fumando um cigarro, quando lembrei do nosso primeiro encontro.
Lembra?!
Era dia de festa, dia de alegria, e contemplei um abraço teu.
Ainda tenho na memória teu sorriso com gosto de maresia.
A noite entende que não somos complementares.
Somos similares.
Saudade do teu corpo envolvido no meu abraço.
Amanhã talvez entendas que...
Ah!
É tarde, tenho que dormir.
...
Outro cigarro.

Dá-me Tempo

Cinco Meses de Namoro...
Pouco Tempo?!
Quanto seria Muito Tempo?!
Tempo necessário, para Você pensar Quanto tempo, é de fato, muito tempo.
Sei que faz tempo que não penso no tempo.
E vivo amando o tempo que passamos juntas.
O tempo que penso em Você.
O tempo que passo apenas o Tempo te Olhando.
Quero mais tempo juntas.
Mais tempo amando.
Mais tempo para gozar.
Menos Tempo para as brigas.
Contando quanto tempo faz que o tempo já não seja importante.
Tenho um tempinho ainda, e a ele dedico à última frase:
Que o Tempo nos permita mais tempo de Amar.

CurTa' Meu 'CurTa

.


Quanto de fúria?
Mesma quantidade de amargura.
Se oxigênio faltasse, serviria ½ Palma de Beijos.
Duas noites numa madrugada.
Lambidas, mordidas, confessar, conversar.
Sou de um todo orgasmo.
Do líquido que jorra, beberia toda ‘Ela’.
Posso ver a luz do poste que brilha.
Ouvindo o CD que trilha.
Olhos tentando encontrar os teus no escuro do quarto.
Último gemido.
Sensação incrível.
Tão ofegante.
Corpos quentes, entrelaçados, C-O-N-E-C-T-A-D-O-S.
Então falei:
-Preciso de um copo com água.
Quando ‘Ela’ falou:
-E eu de você SEMPRE mais que perto.

...

...

' Nada de descobertas
Nada de cobertas
Nada do incrédulo do teu amor
Nada das nossas promessas concretizarem
Nada mais nocivo que tua paixão
Nada menos cínicos que teus olhares.
Nada daquilo que buscamos por todo esse tempo.
Nada das curvas tornarem retas
Nada do mar ganhar cor.
Nada modificado no mundo pela janela.
Nada de canções
Nada de tua mão tocar meu corpo.
Nada moralmente certo.
Nada lógico.
Nada travado na boca.
Nada cristalino ou divino.
Nada por palavras desenhadas.
Nada explicado.
Nada buscando nuvens.
Nada tocando nossa concepção.
Nada violando minha identidade.
Nada dedilhando o velho violão.
Nada harmonizando o ambiente rotativo de vultos loucos.
Nada do chinelo envelhecer.
Nada condicionando minhas entranhas.
Nada do caixão fechar.
Nada publicamente lindo.
Nada politicamente artístico.
Nada do ócio criativo mostrar-se.
Nada escorrendo pelo rosto.
Nada da solidão largar-me.
Nada mutuamente decidido.
Nada parecendo simples.
Nada me amando.
Nada idealizando.
Nada da obsessão por ti parar.
Nada criticando.
Nada enfatizando.
Nada locomovendo este caderno.
Nada ventilando meus cabelos.
Nada suspirando por meu sorriso.
Nada tira de mim que és meu TUDO.'

Renascer

.

Elevo-me as alturas,
De um pensamento sublime e calmo.
E como se navegássemos sem barreira a dor da agonia e desabo em prantos.
Parece-me que aquela solidão me acalma me preenche.
É como se estivesse acompanhada de uma infinita dor.
E aos poucos balbucio.
Aquelas vozes em que as paredes ecoam parecem caminhar, e ao ouvi-las minha amiga reciprocamente me afogas com o teu amor e perdão.
Nada me respondes, apenas deixa que a experiência de um acontecer se aperfeiçoe em meu ser.
E caminhando por estradas a fora, chega ao peito à confiança de não está só.
Tu me acompanhas, iluminas o caminho.
Amanhã talvez eu necessite novamente conversar contigo.
Mesmo sabendo que às vezes tu me deixes cair em prantos e revoltas.
Mas minha amiga desabafar em voz alta e ter certeza que me ouves é como, Flutuar no alívio, é como, ’RENASCER’.




Quero


Eu quero entender o porquê do entendimento.
Eu quero o gosto do inesgotável.
Quero o dia sem a luz do ‘Dia’.
Quero sim no lugar do não.
Eu quero abraços, não tiros de armas perdidas nesse universo de inconstância.
Eu quero a poesia dos palavrões.
Quero sonho não realidade.
Quero amor não voracidade.
Eu quero o ‘Marco Zero’ para quê dinheiro?
Quero a vida sem a morte.
Quero a alma não a carne.
Eu queria poder querer mais.
E quero.
Quero Paz.