sábado, 19 de junho de 2010

Distante.

Estou deitada e enquanto descanso o corpo muitas coisas passam pela minha cabeça. [celular vibrando], só mais uma mensagem que não interessa no momento [a pessoa que mandou se chegar a ler esse texto perdoe o descaso].
Acontece que não tem acontecido algo que estremeça meu coração.
Depois daquele longo período de constante dedicação, agora estou de férias.
Ando viajando demais.
Falta conhecer tantos lugares do meu EU ainda.
Tudo quieto, mas vez em quando encontro algumas pedras, nada que não saiba lidar.
Não tenho conseguido dizer claramente que não vai acontecer nada mais do que uma conversa.
Talvez por que acho mulher um ser fascinante em todos os sentidos.
Mesmo que o período seja impróprio não deixei escapar todo movimento dela.
Articulações delicadas, misteriosa por completo.
Até quando leva o copo à boca não desvia o interesse.
Conversamos apenas nós duas, chegando mais perto sinto o delicado perfume, pura sedução.
Agora meu foco é tentar pegar no ar cada sílaba que sai da sua boca.
Aproximamos-nos ainda mais. Agora sua respiração invade todo meu ser.
Ascendo um cigarro e isso é uma ótima desculpa pra tentar afastar-me.
Frustrante.
Ela pede um trago e a mesma distância.
Não sei o que foi mais difícil: passar o cigarro sem tremer, ou ficar mais uma vez tão perto.
Todos parecem ter sumido do ambiente. Agora são apenas vultos loucos que percebo vez ou outra.
Ela sorriu bem empolgada.
AH, tudo vale a pena agora.
Sinto um alívio.
Estamos cada vez mais confortáveis.
Pergunto se ela não gostaria de sentar-se e recebo a resposta mais convidativa da semana:
-“Se sentadas eu tenha certeza que vamos continuar nos encontrando, talvez sentemos!”.
Fiquei em silêncio.
Permanecemos em pé.
A doze acabou e fiquei girando duas pedras de gelo que restaram no copo.
Decido pedir mais uma.
Ela ascende um cigarro agora.
Dançando suavemente na minha frente no ritmo da música do ambiente.
Parecia que não estava ali.
Tudo proposital, mas acho linda a meiguice.
Nenhuma tentativa de beijo e isso me cativa.
Olhares dispersos.
Recebo a outra doze e não consigo disfarçar.
Olho com veracidade. Estou hipnotizada por alguns segundos.
O sorriso amarelo de vergonha surge nas duas.
Quase corpo a corpo.
Risada larga, solta, farta.
Minutos divinos.
Olhamos-nos e o silêncio bastou. Agora somos uma. Fiz amor sem tocá-la.
Agora ela pede um beijo pra selar o momento.

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