sexta-feira, 18 de junho de 2010

Inquieta

Várias pessoas ao redor.
Oportunidade do beijo demorado.
Abraços apertados.
Senti então que estava só.
Queria desesperadamente o cheiro que há dias não sinto, não tenho guardado
em mim.
Aprendo
a te matar devagar por dentro das veias pulsantes e instigantes.
Ontem procurei e não te encontrei.
Percebi o quanto estás dentro.
-Cerveja?!
-Claro, da-me um beijo?!
Ascendo um cigarro então.
Queimando por dentro e por fora, agora sou mais que vida.
Sou o mal do século.
Tristeza inacabada.
Busca apagada.
Desejo assassinado.
Boca ressecada.
Livro desmarcado.
Muro rebocado.
Lágrimas salgadas.
Mãos sem traços.
Sol sem dia.
Poesia sem título.
Samba sem cuíca.
Olhos eternamente fechados.
Língua sem destino.
Sem ti.
Sou tudo que quer dizer nada.

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