sábado, 19 de junho de 2010

Quase Toda


Dedos quietos sobre o caderno surrado e velho.
Corpo cansado e deitado.
Olhos perdidos, molhados, desgastados.
Coloca a vida nesse quarto, fala que não tem tudo.
Mas, que nada.
Amanhã é dia de passear com a vida, lembrar das tantas e brandas partidas.
Não adianta dar voltas no ego.
Preciso beber teu veneno, sentir teu gosto, colocar meus dedos em tantos macios e quentes momentos.
Ontem passei naquele bar que você sempre vai, senti teu cheiro e podia jurar ter te visto.
Perturbada, cheguei perto da entrada, falei com o garçom que é conhecido.
Foi apenas uma ilusão.
Já que estava ali, cheguei tão perto, acabei por entrar.
Como sempre e quase sempre, a doze de uísque, ascendi o cigarro e de forma súplica pedi ao vento um pouco de ti.
Volta logo, fico horas tentando entender porque demoras tanto.
Como uma música FODE um momento.
Parecia brincadeira, ou uma maneira idiota e sem jeito do “por acaso” conversar comigo.
Músicas tão tuas naquela mesa.
Entre os dedos tudo tão quente.
Cigarro chegando ao fim é como paixão quando arde em mim.
Uma analogia tão absurda e tão completa do arder.
Lábios quentes.
Era cigarro, uísque, tu, EU, desejo.
Aquele samba embolava meu querer.
Não sei esperar, confesso.
E de tudo declaro que há aqui a enorme falta de ti.
Então, deixa de bobagem, vem logo Tarcila.
Estou preparando o sorriso que mais gostas.
Colhendo as tuas vontades naquele pé de alegrias que tu ficavas embaixo depois do almoço.
Volta que a mesa ta repleta de sonhos que ficaram pra outra hora.
Ou melhor, nasce.
Faz isso daquele jeito que só tu e apenas tu sabes fazer.
Nasce pra mim Tarcila.
Saudade do cheiro de novo em todo teu ser que embriagava aquelas madrugadas.
Ah, Tarcila nasce com todo esplendor do meu querer.

[ Texto completamente para Tarcila por Tarcila. ]

Nenhum comentário:

Postar um comentário